Eu sou como a nota errante e desprendida,
Que o vento embala e a névoa desfaz,
Sou como a dor da saudade sentida,
Que fere a alma... e se curva em paz.
Amo-te até no silêncio que cala,
Na sombra trêmula ao pé do varal,
Na brisa errante que aos lábios não fala,
Mas deixa um sonho de aroma real.
Sou rastro vago na noite silente,
Um vulto errante, perdido de amor,
Que busca o encontro de um tempo ausente,
E ao recordar-te oh visão de esplendor!
Sinto que a vida, tão breve e ardente,
É bruma e luz... entre o pranto e a flor.