Apesar do espinho que me transpassa,
Ainda anseio o lume do teu olhar,
Que como raio ardente que não passa,
Inflama a alma, ensina a penar.
Embora me fira o espinho agudo,
Minha alma clama teu doce olhar,
Que atravessa, intenso e mudo,
Feixe de luz que me ensina a amar.
Mesmo entre espinhos, guardo tua imagem,
Que o tempo e a ausência não vão apagar
Em mim, teu rosto vive doce miragem,
Luz que não cessa nunca de brilhar.
És farol que conduz minha viagem,
Teu olhar claridade que não mente
Permanece em meu peito a fulgurar,
Como um sol que renasce eternamente.